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domingo, 30 de octubre de 2016

EXISTIU NAZARÉ REALMENTE? Trad. por Klaus Moraes


Há poucos dias, aproveitando o feriado nacional do Dia da Independência do Equador, eu e minha família decidimos ficar longe da agitação urbana para ter essa oportunidade de nos ouvir melhor.  Nós viajamos menos de uma hora e entramos no meio de um parque natural arborizado, ao pé dos pinheiros que se elevavam em torno de nós de forma orgulhosa, dando-nos sombra e um ambiente agradável no meio do verão quitenho.
Prontamente, cada um encontrou suas primeiras atividades para distrair-se antes de nos encontrarmos na mesa. Minhas duas filhas, com idades entre quatro e dois anos, logo não duvidaram em transformar toda essa escena, em uma das florestas de seus contos de fadas, é claro, a avó foi obrigada a acompanhá-las nessa aventura. Outros, com o instinto carnívoro já ligado, começaram o rito do churrasco.
Na hora do preparo do carvão e a carne, começaram a surgir todo tipo de assuntos, mas um em particular foi que deu inicio a um tema polemico. Um dia antes, o meu sogro tinha visto um post no Facebook em que afirmava que a cidade de Nazaré, a cidade de Jesus (o Nazareno), nunca existiu. "Carlitos" (assim é como chamamos meu sogro) não perdeu a oportunidade de consultar com seu genro teólogo sobre o assunto, então ele jogou a pergunta e o debate começou. Desde o meu ponto de vista, só faltava um diálogo sobre a Bíblia para que o dia fosse perfeito, por isso, sem perder tempo eu comecei a explicação, a mesma que agora eu consegui expandir e vou fornecer mais informações precisas sobre o assunto.
A publicação que recebeu meu sogro, afirmava categoricamente que Nazaré, como cidade física e temporalmente posicionada, era uma fantasia (ilusão), na verdade nunca existiu. Embora a maioria dos cristãos, possam achar que essa conclusão é absurda, a ideia em si, não é totalmente infundada. A verdade é que praticamente não há fontes antigas que testemunham ou evidenciem a existência deste lugar, somente a Bíblia. E ela somente é mencionada no Novo Testamento, já que no Antigo Testamento a cidade de Nazaré nunca é mencionada, nem nos livros deuterocanônicos e menos ainda nos Apócrifos. Isto fez com que em alguns espaços, não necessariamente acadêmicos, mas sim fanáticos ou tradicionais, chegassem a conclusão da ausência ou inexistência da cidade de Jesus.
Outras razões para pensar que Nazaré realmente nunca existiu, é que alguns textos importantes dos primeiros séculos de nossa era, não mencionam a cidade. Flávio Josefo, um escritor famoso do primeiro século, nunca menciona Nazaré em qualquer um dos seus escritos, mesmo quando se refere às cidades da Galiléia. Os escritos rabínicos como a Mishná ou Talmud, também não aludem a esta localidade, embora sistematicamente nomeiam 63 cidades da mesma região. Assim, é natural para aqueles que têm a Bíblia como um texto histórico confiável, seu testemunho isolado sobre a existência deste lugar, não é válido.
No entanto, a pesquisa arqueológica em torno de Nazaré tem sido frutífera. Embora o testemunho bíblico de Nazaré foi isolada em primeiro lugar, há uma inscrição do terceiro ou quarto século, em um pequeno pedaço de mármore de uma sinagoga em Cesareia Marítima Herodes, ele menciona que, no contexto da Segunda Guerra Judaica (meados do século segundo) um grupo de rabinos judeus se estabeleceram em Nazaré. Podemos ver então, a partir desta epigrafia extra bíblica, que nos ajuda a confirmar a existência desta cidade. Mas será que é a cidade de Nazaré bíblica, a aldeia do Mestre? Ainda é muito cedo para responder a esta pergunta. Melhor continuemos analisando algumas outras informações.
Neste lugar, onde os sacerdotes judeus se estabeleceram no século II, o imperador Constantino mandou construir uma basílica, no que já foi conhecida como a casa supostamente da Virgem. Isso fez com que Nazaré se tornasse um lugar de peregrinação, até que depois de várias ocupações próprias da situação geopolítica agitada do lugar, fosse completamente destruída pelo Sultão Baibar em 1263. A pequena cidade, reconhecida até então como a cidade de Nazaré de Jesus, estava em ruínas. Até que em 1730 a ordem franciscana obteve permissão do governo turco para construir uma igreja cristã neste lugar. Desde então, o lugar tornou-se um centro religioso de grande importância para a tradição cristã até hoje. Embora desde 1948 a região pertence ao Estado de Israel.
Até agora, podemos responder à pergunta parcialmente, a cidade de Nazaré realmente existiu? Pelo menos a partir do segundo século d.C. as evidências de sua existência são irrefutáveis. Mas será que é a mesma Nazaré que estamos falando, onde Jesus cresceu, no primeiro século?
Foi o Padre Viaud o primeiro a começar escavações arqueológicas em Nazaré que temos conhecimento até agora, no final do século XIX. Mais tarde, em meados do século XX, o Padre Bagatti, com maior alcance geográfico, continuou com as escavações. Seus estudos produziram informações importantes que podem nos ajudar a explicar porque no primeiro século Nazaré é completamente desconhecida na literatura judaica.
No primeiro século, Nazaré era uma aldeia praticamente desconhecida. Ela estava localizada entre as montanhas da baixa Galiléia aproximadamente cerca de 9 km. Ao Sul da estrada principal que liga o Egito com Damasco. Seu afastamento das rotas comerciais não foi propicio para o seu desenvolvimento como uma comunidade. É provável que sua extensão não tenha sido superior a 2 hectares, e que no tempo de Jesus, a sua população não tenha ultrapassado os 400 habitantes. Eles viviam em cavernas ou covas, às vezes naturais e outras esculpidas em pedra calcária. A aldeia ou vila foi localizada no lado de uma das montanhas que ainda é possível apreciar hoje; pequenas colinas que se formam em algumas pequenas ravinas onde pode se enxergar a história de Lucas 4,29, quando a multidão quer jogar Jesus para baixo do penhasco. Não há nenhuma evidência de que existia uma sinagoga em Nazaré, de modo que a referência feita pelo Lc 4,16 pode se referir a um quarto modesto ou simplesmente o encontro de judeus em torno de uma liturgia de uma sinagoga.
Esta é a razão pela qual muitos podem duvidar da existência de Nazaré. Pesquisar ou buscar a cidade de Nazaré, na realidade geopolítica do primeiro século é como procurar uma agulha num palheiro. É como fingir que daqui em dois mil anos teremos registros, documentos, edifícios de uma dessas pequenas aldeias que estão dentro de quilômetros de nossas estradas, internadas na floresta, dos quais, até mesmo os mais notáveis sabem de sua existência. Assim era Nazaré. No entanto, a Bíblia menciona a cidade sem ter a necessidade de faze-la. Logo, qual seria a razão para inventar um lugar como Nazaré e dizer que Jesus viveu lá? Em vez disso, eu digo desencoraja e prejudica a reputação Rei dos Judeus.
Vendo desta forma, a instrução ou afirmação de Natanael faz mais sentido, quando ele diz: "Poderá sair alguma coisa boa de Nazaré?". Hoje em dia, algumas pessoas, como as que fizeram a publicação da inexistência de Nazaré, esperam ter evidências arqueológicas convincentes e irrefutáveis ligando Jesus com Nazaré no primeiro século, além da Bíblia; para assim poder acreditar no testemunho dos evangelhos. Mas lamento te desapontar, o Filho de Deus não só nasceu numa manjedoura, mas também viveu a maior parte de sua vida em uma das aldeias mais pobres da sua região, tão pobre e insignificante era assim Nazaré, que não é mencionado nem mesmo pelos historiadores ao longo do tempo, nem mesmo os rabinos judeus. Mas a partir da experiência e esperança dos pobres de Nazaré, conseguimos ver "A verdadeira luz que ilumina todo homem, estava vindo a este mundo" (Jo 1,9).
Fiz esta pequena resenha não só para responder a uma publicação que, quem sabe, algum distraído escreveu sobre este assunto. Decidi escrever sobre o assunto, porque assim como alguém decide negar a existência de uma aldeia, só porque seus habitantes não tiveram a oportunidade de construir uma cidade melhor, que transcende a história e as suas paredes que não se desgastam ao longo do tempo; assim também nós temos a mesma atitude muitas vezes. Quando "invisibilizamos" comunidades vulneráveis, pobres, rurais, apenas porque pensamos que a sua história não é relevante. Quando queremos silenciar o grito dos pobres e apagar, como uma sociedade, suas queixas e suas lutas em defesa dos seus direitos legítimos. Me preocupa que pretendam deixar Jesus sem a sua identidade que o unia com as pessoas e o fazia igual como todos, pertencente ao povo: "O Nazareno". Jesus não é somente Jesus, o Filho de Deus; Também é Jesus de Nazaré.

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J. L. Verdi
Profesor de Biblia y Teología en SEMISUD
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viernes, 28 de octubre de 2016

LA FUERZA DEL PERDÓN CREA VIDA EN EL SEPULCRO



Por estos días, tengo la gran satisfacción de pasar más tiempo en casa con mis dos pequeñas hijas, mostrándoles de cerca algo de mi mundo adulto, y ellas invitándome, con juegos, fantasías y risas a entrar en su propia versión de la realidad. Su mundo, como el de todos, no es perfecto. Muchas veces no se ponen de acuerdo, se gritan, quieren imponer sus deseos frente al de los demás, no están dispuestas a compartir un juguete, se golpean, se quitan mutuamente los privilegios fraternos, con frases como: “Ya no serás mi hermana nunca más”, “ya no te quiero”, “no volveré a jugar contigo”, “no te haré nunca más una tarjeta”, etc. Al principio este comportamiento me enojaba, entraba yo también al pleito para imponer el orden entre estas dos pequeñas criaturas salvajes. Pero siempre salía perdiendo, pues al cabo de unos minutos, el único amargado en la sala era yo, ellas ya habían retomado su juego, eran las mejores hermanas, y juntas creaban un mundo nuevo otra vez.
Algo no estaba bien. Eso, en mi mundo adulto no es común, no tiene sentido. Si alguien te ofende, te golpea, te grita, o te quita el privilegio de su amistad y afecto, no hay forma, por lo menos tan inmediata, de seguir construyendo un nuevo mundo como si nada hubiese pasado. Pero en el universo de Isabella y Majo, eso pasa todos los días, es cotidiano y natural, no exige esfuerzo, ni diálogos extensos. Me sentí fascinado, y dejé que en ese momento sean ellas las que enseñen a su viejo a vivir la vida. Pues a la mía le faltaba, urgentemente, ese ingrediente que ellas tienen y que tanto bien le haría al mundo de los adultos.
¿Cuál es el ingrediente mágico? ¿Qué es esa fuerza capaz de vencer el poder destructivo de una ofensa y hacer revivir lo que las palabras o los golpes sepultaron? Así es, como seguro ya lo tienes pensado, esa fuerza, ese ingrediente que hace posible que siempre haya, en la imaginación de mis hijas, un nuevo mundo para explorar, se llama: El perdón. Pero, ¿acaso no existe ese ingrediente en el mundo adulto? Sí existe, sólo que por alguna razón hemos perdido la práctica, la destreza, nos hemos vuelto lentos, y a veces demoramos años en usarlo; cuando en nuestra infancia sólo tardábamos minutos en hacerlo. Además, como ya no suele ser espontáneo, lo hemos contaminado de ideas, conceptos y justificaciones que le han restado poder, pues su fuerza radica en la genuinidad con que se usa.
Al enfrentarme a esta escena todos los días, no podía dejar de pensar en la exigencia que Jesús hace si queremos pertenecer a su Reino:
“Y dijo: De cierto os digo, que si no os volvéis y os hacéis como niños, no entraréis en el Reino de los Cielos”. (Mateo 18,3)
Siempre me he preguntado: … Y Jesús ¿Cuándo fue como niño? Buscaba en las escenas del Jesús adulto algún ejemplo de lo que nos pedía, y no distinguía ninguna donde pudiera decir: ¡Ah! Ya entiendo a lo que se refería sobre ser como niños. Hasta que, dejándome enseñar por mis hijas, aprendí que la niñez sólo es posible cuando se vive el perdón con genuina naturalidad. Y sólo entonces pude verlo, y mi piel se estremeció mientras mis ojos se llenaban de lágrimas. Jesús siendo como niño, cuando en el juego de esta vida, sus hermanos se ensañan contra él y lo suben a una cruz para escarnecerlo. Y aquel que era como niño, suplica lo mismo que Isabella haría por su hermana, cuando la castigo por haberla agredido: ¡Padre, perdónalos, porque no saben lo que hacen!... Papi, no la castigues… ella no tuvo la culpa.
El clamor de Jesús revela su naturaleza y condición necesaria para entrar en su propio Reino. Es el niño que sabe que solamente la fuerza del perdón puede devolverle de nuevo a sus hermanos para seguir jugando entre ellos ¿Cómo ocurre esto? En el acto de la resurrección. El Jesús resucitado, es la respuesta del Padre al clamor del Hijo. Observemos, la misión de Jesús ya había sido cumplida con su muerte expiatoria en la cruz. La resurrección solamente tiene sentido cuando, ubicada en el contexto del clamor por perdón, apertura un nuevo mundo posible. Es la fuerza del perdón lo que crea vida en el sepulcro, y lo que devuelve a Jesús con sus hermanos. Es el Padre diciendo: “Sí”, los perdono, vuelve a ellos.
A partir de aquí, es posible entender por qué para Jesús es fundamental ser como niños si queremos entrar en su Reino. Pues el Reino de los Cielos se construye sobre la base del perdón. Esa fuerza que envolvió a Jesús en la tumba y lo revivió para mostrarle un porvenir. Tal es el poder del perdón. Capaz de penetrar hasta el abismo más profundo del alma culpable y rescatarla a la vida, quitarle los grilletes del error, y traerla a construir de nuevo un mundo lleno de posibilidades para todos.
La escena de la cruz, iluminada por la fuerza del perdón, nos muestra por lo menos dos aspectos del perdón.
1.      El perdón no es olvido, ni indiferencia
Este título puede parecer trillado. Pero por olvidar, no me refiero al imposible ejercicio cognoscitivo de suprimir de nuestra memoria una ofensa, de tal modo que no se recuerde más. No olvidar, en este caso, se refiere a no dejar pasar por alto la ofensa, cerrando los ojos frente a una realidad lastimera.
El perdón en la niñez no significa olvidar la ofensa. Todo lo contrario, los niños reaccionan ante una agresión, se defienden, se pelean, gritan; y cuando han agotado sus recursos para sancionar la ofensa, sólo entonces es posible empezar de nuevo.
Pero en la adultez, muchas veces alimentados por ilusorias imágenes de espiritualidades contemplativas alienantes, pensamos que perdonar es pasar por alto la ofensa, olvidarla, y cerrar los ojos para que no nos toque. Es más, admiramos a personas que han desarrollado esa capacidad de “autocontrol” y que no tienen ningún tipo de reacción frente a sus detractores. Queremos ser como ellos, monjes tibetanos que han sometido sus emociones a la circunspección.
Pero ese comportamiento no es natural, ni inherente al ser humano, no lo tuvo Jesús, ni lo tienen los niños. Indignarse frente a la ofensa recibida, es un acto de autoafirmación y determinación por hacer respetar nuestro sistema de valores. Walter Riso, dice que “es una fuerza desconocida que tira de la conciencia y nos pone justo en el límite de lo que no es negociable, y no queremos, ni podemos aceptar”.
Algunos puritanos dirán que Jesús nos enseñó todo lo contrario, a callar y dar la otra mejilla, a permanecer apocados cuando se vulnera nuestra dignidad. Está claro que el mensaje de Jesús no promueve la violencia, pero no se necesita ser violentos para defender nuestra honra. No hay nada más lejano al evangelio que un militante pusilánime, medroso; que se oculta bajo una imagen gazmoña para no enfrentar con genuinidad sus asuntos, al mejor estilo de los niños.
Jesús, el niño de la cruz, no cerró los ojos, ni calló frente a sus detractores. Aún después de haber clamado por perdón, hasta antes de dar el último suspiro, se encomendó a Dios llamándolo “Padre”. Defendiendo su discurso revolucionario, mirando a los ojos a sus acusadores y desafiándolos hasta el último minuto a convertirse al evangelio del Dios “papito”.
2.      El perdón es alteridad
Un concepto bastante difundido en nuestros días, vulnera la esencia del perdón y lo reduce casi a un enema a la conciencia. Se trata de aquello que enseña a perdonar como un acto de autopurificación del alma. Se te dice que debes perdonar para ser libre, que sin importar lo que la otra persona haga, es importante que tú estés en paz contigo mismo. Incluso, algunos piensan que pueden ir a la iglesia y desde ahí, como un conjuro de magia blanca, perdonar a su agresor. Suena atractivo este discurso, más aún a nuestros oídos individualistas, sin conciencia de la otredad.
Pero el perdón es un acto de alteridad, que se ejecuta a partir de la conciencia del otro y no de uno mismo. Christian Duquoc dice en CB7 que “el que perdona juzga que el que ha obrado mal se encuentra en una situación más lamentable que el que lo ha sufrido”. Responder “sí” al pedido de perdón, no es un acto de autoliberación, pues la ofensa no ata al ofendido, sino, al ofensor. Entonces, quien necesita ser liberado es el que obró mal. Es ahí cuando el acto de perdonar se convierte en un viaje a la miseria del otro, a su sepultura, a su mismísimo infierno, para romper sus cadenas y liberarlo. Así lo entiende Pablo cuando para hablar del proceso de liberación se pregunta “¿Qué es, sino que también había descendido primero a las partes más bajas de la tierra?”. Pues el perdón, en el misterio de la cruz, no fue una exclamación para que Jesús pueda morir con la conciencia limpia y sin rencores, sino, un acto de alteridad donde le pide al padre descender hasta las catacumbas de la muerte, donde su agresor se encuentra preso, para desde ahí, con la fuerza del perdón, crear vida en el sepulcro y resucitar para el inicio de una nueva historia.
¿Acaso no entienden eso los niños? He oído decir a muchos que en los niños se evidencia nuestra naturaleza egoísta. Yo diría que en ellos se evidencia nuestra naturaleza de luchar genuinamente por nuestra dignidad, y perdonar genuinamente por nuestra otredad. Pues, el juego no puede continuar si no rescatamos al otro del cuarto de castigo (así lo hace Isabella con Majo, contra la voluntad de su padre).
Para terminar, traigo a memoria las palabras de Borges: “Con el tiempo aprendes que disculpar cualquiera lo hace, pero perdonar es sólo de almas grandes”. Si alguien me pregunta por los momentos más felices de mi vida, diría que fueron aquellos cuando un alma grande se apiadó de mí, y descendió hasta las profundidades de mi abismo, para darme otra oportunidad y construir nuevamente un mundo juntos. Porque “con el tiempo (también) te das cuenta de que en realidad lo mejor no era el futuro, sino, el momento que estabas viviendo justo en ese instante”.


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lunes, 10 de octubre de 2016

…Y la Biblia ¿qué dice sobre LAS MALDICIONES GENERACIONALES?




Ella había agachado la mirada, como sintiéndose culpable por lo que estaba sucediendo. El esposo sólo guardó silencio con aires de resignación. Ambos habían venido a mi oficina pidiendo auxilio pastoral a su agrietada relación conyugal, que desde hace algunos meses había perdido la magia de tenerse el uno al otro. No era sencillo encontrar la razón del desencanto, ambos se trataban con respeto, amaban su familia, les iba bien en los negocios; no había razón explícita que justificara la situación. En ese momento, ella rompió el silencio y, desde lo que su rostro ya había anunciado, dijo: Pastor, yo soy la única culpable. Le pregunté por qué pensaba eso – Porque mi matrimonio está destinado al fracaso – Me dijo. Luego agregó – En mi familia los matrimonios no duran para siempre. La abuela tuvo tres maridos y al final quedó sola, mi madre se divorció de mi papi cuando yo era aún una niña, y mis dos hermanas mayores también están divorciadas. En la iglesia donde estaba antes, me dijeron que se trataba de una “maldición generacional” que yo debía romper, pero no sé cómo, y ahora sé que me ha llegado la hora, la maldición ha llegado también a mi casa – El esposo la abrazó en su llanto y me miró como rogándome que, en virtud de alguna facultad espiritual especial, rompa la maldición en ese mismo instante. Luego, con el alma cansada por llevar sobre sus hombros una carga que no había pedido, me dijo – Pastor, y la biblia ¿Qué dice sobre las maldiciones generacionales?

Hoy quiero responder a esa pregunta. No en virtud al cuestionamiento de esta pareja, sino, por el encierro espiritual que la doctrina de “las maldiciones generacionales” ha ocasionado en la vida familiar de estas buenas personas y muchas otras.

1. ¿De qué se trata la doctrina de las maldiciones generacionales?

Esta doctrina enseña que algunas personas nacen y viven presas de un pecado, conducta, o condición que han heredado de sus padres o generaciones anteriores. Esto pone a la persona en una situación irremediable frente a su conducta, pues lo que hace no está completamente sujeto a su voluntad, sino, a una disposición o maleficio divino que está castigando a las generaciones por el pecado de algún progenitor del pasado.

Según los grupos que defienden esta doctrina, la única manera de romper con estas maldiciones, es por medio de ciertos rituales de liberación dirigidos específicamente a cortar, desde la raíz, el pecado que se viene arrastrando generación tras generación. Es difícil determinar el tiempo y lugar de origen de esta doctrina. Pero su divulgación ha encontrado lugares fecundos en el ambiente de algunas iglesias evangélicas que la promueven.

Como esta doctrina no ha sido sistematizada formalmente, se la puede encontrar con algunos matices. Por ejemplo, para algunas iglesias radicales, es necesario organizar encuentros, retiros, o actividades especialmente dirigidas al quebrantamiento de estas maldiciones, para romperlas completamente. En otras iglesias, la doctrina se entiende de forma menos rígida, aludiendo que no necesariamente se trata de una maldición, en el sentido más místico o mágico del término, sino, de un patrón de conducta aprendida que condiciona a los hijos a la misma conducta pecaminosa de los padres. Esta segunda opción podría sonar más atractiva y razonable, pero es igual de peligrosa como la anterior; pues su fundamento bíblico sigue teniendo el mismo sesgo, aunque pretenda ser una lectura más amigable.

2. ¿Qué dice la Biblia acerca de las Maldiciones Generacionales?

Debemos avanzar despacio y con cautela, pues esta pregunta tiene muchas aristas. Por eso, voy a tomarme el tiempo de explicar brevemente y por separado los conceptos de “maldición” y “generación” en el contexto bíblico. Luego, nos enfrentaremos a algunos textos donde estos conceptos aparecen y señalaremos pautas para comprender estos pasajes en su contexto.

-          ¿Qué es una maldición en el contexto bíblico?

Para el judaísmo bíblico, y para las culturas circundantes de la época, la palabra no era solamente un sintagma portador de significado. Ésta tenía un poder que actuaba independientemente de aquél que la ha pronunciado, pudiendo ser creadora, pero también destructora. El acto de maldecir, consistía en proferir una sentencia de aniquilamiento más allá del empleo de la fuerza; más bien, por el poder de la palabra.
Este principio traspasa el simple acto de desear mal a alguien, o pronunciar palabras hirientes, o psicológicamente perniciosas. En la concepción oriental antigua, se trataba de un maleficio que exponía al receptor a la voluntad de fuerzas suprahumanas destructivas que, por la maldición proferida, eran movilizadas para su exterminio. Más o menos, al puro estilo de Maléfica en “La Bella Durmiente”.

En esta concepción, Dios, o los dioses, están fuertemente relacionados. Pues son ellos quienes hacen efectiva la maldición. Tal es el caso del “anatema”, aquello que ha sido maldito, ofrendado, entregado al juicio divino. En este caso, la única esperanza que existe frente a esta maldición es que la divinidad cambie de parecer, y arbitrariamente, o por el clamor de sus súbditos, invalide la execración.

La teología del Nuevo Testamento rechaza esta práctica. Textos como Lc 6,28 (“Bendecid a los que os maldicen…”), y Rm 12,14 (“…bendecid, y no maldigáis”); muestran su repudio sobre el tema. El Apocalipsis, cierra su discurso escatológico sobre su visión del nuevo Israel, afirmando que en ese nuevo reino “no habrá más maldición” (Ap 22,3).

-          El uso del término “generación”

Generación, del hebreo dor, significa duración, denotando periodo, edad, ciclo, lapso de la vida, un ciclo vital. Pero su uso en la Biblia tiene muchas veces un sentido figurado y teológico, importante para los propósitos de nuestro estudio. Por ejemplo, puede referirse a un grupo de personas que comparten rasgos característicos, como su bondad o su maldad, como en Gn 7,1 “…a ti he visto justo delante de mí en esta generación”. Pero también, y más importante, puede usarse para construir fórmulas poéticas, como la expresión: “de generación en generación”, para decir “siempre” (Sal 49,11; 72,5; Dn 4,3; Jl 3,20; Lc 1,50). O fórmulas legales como: “Hasta la tercera y cuarta generación”, para graficar la justicia divina que no se sobrepasará en su corrección, es decir, que no se ensañará para siempre con el pecador (Ex 20,5; 34,7; Dt 5,9). En tiempos anteriores a la influencia griega, se calculaba una generación en cien años (Gn 15,16 en relación a Ex 12,40); mientras que en el contexto griego cien años equivalían a tres generaciones.

También es importante señalar el carácter comunitario con el que se entiende el término “generación” en el contexto bíblico. En nuestro mundo contemporáneo el término “generación” se concibe sólo en función del individuo y su descendencia. Sin embargo, en el contexto semítico antiguo, este concepto trae una connotación colectiva que no debemos pasar por alto. Aunque puede referirse al linaje propio de alguien, su comprensión siempre es colectiva, e involucra a la comunidad adherida a su descendencia y a la sociedad que se construye alrededor de ella.

-          Ahora sí, leamos algunos textos claves

Hemos llegado hasta este punto señalando dos conclusiones que quiero recordar. La primera, que en la Biblia sí existe una teología sobre las maldiciones, fuertemente arraigada en la cosmovisión oriental antigua sobre el poder de la palabra. Esto es innegable. Y la segunda, que el concepto de “generaciones” es vital en la comprensión temporal y teológica del pensamiento judío antiguo. Lo que ahora corresponde averiguar, es si estos dos términos se juntan en algún momento de las Escrituras generando un único concepto de “Maldiciones generacionales”.

Para esto, revisaremos cuatro versículos bíblicos que son fundamentales en la teología de las Maldiciones Generacionales.

Éxodo 20,5-6
5 No te inclinarás a ellas, ni las honrarás; porque yo soy Jehová tu Dios, fuerte, celoso, que visito la maldad de los padres sobre los hijos hasta la tercera y cuarta generación de los que me aborrecen,
6 y hago misericordia a millares, a los que me aman y guardan mis mandamientos.

Éxodo 34,7
7 que guarda misericordia a millares, que perdona la iniquidad, la rebelión y el pecado, y que de ningún modo tendrá por inocente al malvado; que visita la iniquidad de los padres sobre los hijos y sobre los hijos de los hijos, hasta la tercera y cuarta generación.
Números 14,18
18 Jehová, tardo para la ira y grande en misericordia, que perdona la iniquidad y la rebelión, aunque de ningún modo tendrá por inocente al culpable; que visita la maldad de los padres sobre los hijos hasta los terceros y hasta los cuartos.
Deuteronomio 5,9-10
9 No te inclinarás a ellas ni las servirás; porque yo soy Jehová tu Dios, fuerte, celoso, que visito la maldad de los padres sobre los hijos hasta la tercera y cuarta generación de los que me aborrecen,
10 y que hago misericordia a millares, a los que me aman y guardan mis mandamientos.

Ahora que tenemos aquí estos cuatro pasajes bíblicos, enumeraré mis observaciones para pueda distinguirse mejor el análisis y evitar que la lectura sea confusa:

1)     Ausencia absoluta del término “maldición”

Es curioso que en los cuatro textos bíblicos fundamentales para la teología de las Maldiciones Generacionales, el término “maldición” nunca aparezca. Cuando en la Biblia existe una sentencia de execración, la palabra “maldición” se utiliza sin ningún reparo (Nm 5,22; Dt 28,20; Jue 9,57). Pero este no es el caso de los textos que tenemos en frente, ninguno de ellos dice que “Jehová maldice la maldad de los padres”, sino, que “Jehová visita la maldad de los padres” ¿qué significa que Jehová “visita”?

En los cuatro textos, el verbo utilizado es el mismo: פֹּקֵד (pâqad), que no tiene nada ver con maldición, sino, con una visita, en este caso, hostil, para corregir una acción. Pretender leer en estos textos un conjuro maléfico es violentar el pasaje haciéndole decir lo que no dice.

Es interesante que el autor bíblico utilice el verbo visitar, pues lo que quiere connotar es que, frente a estos pecados, Dios quiere hacerse cargo de la corrección, personalmente e íntimamente. Es decir, donde la teología de las Maldiciones Generacionales ve a un Dios airado lanzando maldiciones al hombre por su pecado; el autor bíblico ve a un Dios que decide salir al encuentro del pecador, para visitarlo y corregirlo, pero no solamente a él, sino, para cuidar que sus generaciones no cometan el mismo error de su padre.

2)     Visita la maldad, no la reproduce

Por alguna razón, en la teología de las Maldiciones Generacionales, se ha entendido la expresión: “visita la maldad de los padres sobre los hijos hasta la tercera y cuarta generación”, como “Reproduce la maldad de los padres sobre los hijos”. Y sobre la base de esta mala lectura, se afirma que el pecado de los padres es reproducido también en los hijos y en su generación, hasta que esa “maldición” sea rota.

Este es uno de los errores más peligrosos de esta teología. Pues al leer el texto de esta manera, los creyentes se sienten atados a una fuerza maldiciente que ha predeterminado su infortunio ¡Esto no es cierto! En ningún momento los pasajes quieren dar esa enseñanza. Como ya dijimos, Dios no maldice a los padres por su maldad, ni mucho menos reproduce el pecado de los padres en sus hijos. Dios visita, corrige, reprende, la maldad de los padres; y aún continúa corrigiéndolas en las generaciones venideras. El propósito de Dios no es hacer que el pecado de los padres se reproduzca en los hijos, sino, extirpar el pecado, y si para extirparlo es necesario que Él personalmente visite hasta la tercera y cuarta generación, lo hará, por amor a los suyos.

3)     Hasta la tercera y cuarta generación

La expresión “hasta la tercera y cuarta generación” aparece literalmente en los cuatro textos. Esto se debe a que dicha expresión corresponde a una fórmula literaria tal y como lo explicamos en “el uso del término generación”, por lo que no debe ser leída en forma literal. Se trata de un término legal para sentenciar la corrección divina que recibirá el infractor. Es como nuestro moderno: “He dicho, caso cerrado”.

Pero en este caso tiene un significado teológico importante. Señalar la visita de Jehová hasta la tercera o cuarta generación, demuestra la misericordia de Dios frente al pecador; pues su castigo no durará para siempre, porque lo único que dura para siempre es la misericordia de Jehová, no su castigo.

4)     Grande en misericordia

Ya vimos que el término “maldición” no aparece por ningún lado en estos textos. Más bien, el término “misericordia” es un común denominador en los cuatro pasajes. Esto quiere decir que, en contra de lo que dice la teología de las Maldiciones Generacionales, estos textos no quieren presentar al Dios que maldice, sino, al Dios que hace misericordia, aún, con los que le fallan.

En el segundo texto (Ex 34,7), incluso habla de perdonar la iniquidad, la rebelión y el pecado por su misericordia. Cada uno de estos textos están siendo escritos para mostrarnos la misericordia de Dios. Lamentablemente, la teología de las Maldiciones Generacionales, ha convertido la imagen del Dios benevolente que estos textos presentan, en la imagen de un Dios iracundo que, cual brujo ofendido, lanza maldiciones a quienes le provocan.

Queda claro, entonces, que en ninguno de estos textos se encuentra algo que pueda fundamentar una doctrina sobre las maldiciones generacionales. Todo lo contrario, cada uno de estos pasajes exalta la misericordia de un Dios que se preocupa por nosotros, y que frente a nuestra iniquidad, nos visitará, sí, pero no para maldecirnos, sino, para corregirnos, reprendernos y castigarnos si es necesario. Y se quedará en nuestra casa, si es posible, unas cuantas generaciones más, hasta que su misericordia y su cuidado lo inunde todo, y lo transforme todo.

Pueden haber otros textos donde esta teología intente legitimarse, como: Dt 11,28; 28,20; Pr 3,33; Is 43,18 Jr 26,6; Dn 9,11; Mal 3,9; y muchos otros, pero en ninguno encontrará un verdadero sustento para hablar de una “maldición generacional”. Por el contrario, sí hay textos explícitos donde Dios expresa su “bendición generacional”, no para tres, cuatro, o cinco generaciones, sino, para mil, es decir, infinitamente:

Deuteronomio 7,9
“Conoce, pues, que Jehová tu Dios es Dios, Dios fiel, que guarda el pacto y la misericordia a los que le aman y guardan sus mandamientos, hasta mil generaciones”.
Además, esto de andar cargando la maldición de los padres sobre los hijos, no es parte de la teología bíblica:

Deuteronomio 24,16
“Los padres no morirán por los hijos, ni los hijos por los padres; cada uno morirá por su pecado”.

Finalmente, quiero decir que lo dicho en este estudio, no invalida que en las familias existan patrones recurrentes de comportamiento. Pero eso, debe ser entendido y tratado en el marco de una atención responsable y personalizada, pues cada particularidad familiar es una realidad compleja. No es justo para las familias de las iglesias, que pretendamos explicarles su situación con un simple: “se trata de una maldición generacional. Ven al siguiente encuentro y serás libre”. Cada familia debe librar su propia batalla, muchas como consecuencias de un error que ellos mismos cometieron, o por errores que cometieron los padres al criarlos. Pero en vez de poner una carga más en el corazón de esa familia, diciéndoles que están malditos, leamos estos mismo textos, y enseñémosles que en medio de nuestras, luchas, rebeldías y pecados, Jehová nos visitará, tal vez con brazo fuerte y reprensión divina; pero no nos soltará, ni a nosotros ni a nuestros hijos, ni a los hijos de nuestros hijos, sino que, su misericordia estará con nosotros hasta por mil generaciones, hasta que aprendamos a amarlo y guardar sus mandamientos. 

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J. L. Verdi
Profesor de Biblia y Teología en SEMISUD
(Seminario Sudamericano - Ecuador)

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lunes, 26 de septiembre de 2016

LA BIBLIA Y LOS “DERECHOS DE AUTOR” (copyright ©)



En la tradición de los estudios bíblicos cristianos, sobre todo en el lado evangélico, todavía se mantienen inamovibles, casi sacralizados, algunos conceptos que entorpecen el estudio serio de las Escrituras. Uno de esos conceptos tiene que ver con la paternidad literaria (autoría) de los libros de la Biblia. Puedo ver que en algunas esferas, todavía se sigue defendiendo a ultranza, por ejemplo, que Moisés escribió el Pentateuco, o que los evangelios fueron escritos por los personajes cuyos nombres encabezan la obra (Mateo, Marcos, Lucas y Juan), que David escribió los Salmos, y que Salomón es el autor de Proverbios, Eclesiastés y Cantar de los Cantares. Incluso algunos libros y Biblias, como la muy popular Biblia de Referencia Thompson, reproducen esta posición. Y para agravar aún más esta situación, muchas de estas defensas se hacen en nombre de la fe. Es decir, como si al defender estas posturas están siendo heraldos defensores de la verdad bíblica; sacando el debate del campo académico para llevarlo a la arena de los mártires.

A mí mismo me ha tocado ver, con mucha tristeza, cómo algunos estudiantes abandonan las aulas y su proyecto ministerial, al enterarse que sus conceptos, traídos por lo general de su formación eclesiástica, no son compatibles con lo que la ciencia bíblica moderna sugiere. Por eso, he querido abrir un espacio en este blog, para presentarles algunos datos que ayuden a comprender mejor el problema de los autores de los libros bíblicos. Si eres un lector de la Biblia, ya sea estudiante, profesor o sencillamente un cristiano interesado en estos temas; espero aportar a tu comprensión de las Sagradas Escrituras con este breve escrito.

1. Entonces, ¿nos mintieron?

Cuando en mi introducción acuso a la Biblia Thompson y otros espacios de reproducir estas conclusiones que a la luz de las ciencias bíblicas son inaceptables, no los estoy acusando de enseñar mentiras, sino de hacer afirmaciones irresponsables. Pues, cuando ponen a Moisés como autor del Pentateuco, a Salomón como autor de Eclesiastés, etc.; no lo hacen para mentir deliberadamente. Estas afirmaciones tienen un sustento legítimo, que debe ser entendido en el marco del tipo de metodología que se usa para la determinación de estas autorías. El problema es cuando se pretende dar a estas afirmaciones un carácter científico con el que definitivamente no cuentan, pues estas conclusiones no soportan los filtros mínimos de análisis histórico para la definición de los autores bíblicos.

¿De dónde vienen estas conclusiones? De la tradición judía y cristiana. A partir de la canonización de los libros de la Biblia Hebrea, y en el marco de la influencia de la cultura helénica en el pensamiento judío, la tradición judía le adjudicó a algunos de sus escritos el nombre de personajes importantes, otorgándoles la representatividad (no paternidad) literaria de estos libros (este punto lo entenderemos mejor en el subtítulo 3). Era como un acto de reconocimiento honorífico al personaje. Así, a Moisés se le atribuyó la representación del Pentateuco, y de la misma manera a los libros como Nehemías, Esdras, etc. Aunque la intención nunca fue hacer creer a la gente que estos personajes eran los autores reales de estos libros, poco a poco la fuerza de la tradición fue acuñando el nombre de estos individuos como los auténticos redactores de estas obras. Tal es así, que para la época del Nuevo Testamento, es común referirse a la Torah como “La ley de Moisés”, o decir “el rollo del profeta Isaías”, como si éstos fuesen los autores de estos escritos.

Algo similar sucedió con los documentos del Nuevo Testamento. Aunque estos escritos ya aparecen desde un principio identificados con un personaje, este hecho debe entenderse en el marco del fenómeno literario de la pseudoepigrafía, tan común en la cultura grecorromana de la época. En este caso, fue la tradición cristiana de los padres de la iglesia, a partir del siglo II d.C., la que atribuyó a los nombres que encabezan las cartas, la autoría de dichos documentos.

En ambos casos, tanto en el del Antiguo como del Nuevo Testamento, se trata de decisiones arbitrarias que deben ser leídas en la comprensión de los contextos literarios donde se producen. Esto se recrudece aún más en la edad media, donde la todopoderosa iglesia romana clausura cualquier tipo de posibilidad que no esté alineada a reconocer a los personajes mencionados como autores indiscutibles de los escritos atribuidos. Así, con más de mil años de dominación del pensamiento y los estudios bíblicos, se dogmatizó la clásica posición sobre los autores bíblicos.

Sin embargo, cuando después de la reforma protestante, el periodo de las luces, y el avance de nuevos métodos de investigación, las ciencias bíblicas vuelve a revisar el problema de los autores de los libros de la Biblia, muchos sectores, sobre todo, fundamentalistas, no están de acuerdo con los nuevos resultados; negándose decididamente a ir en contra de lo que la tradición había determinado. A este grupo pertenecen la gran mayoría de iglesias evangélicas, sobre todo las que provienen de misiones norteamericanas precursoras del fundamentalismo. Así, la mayoría de publicaciones hechas desde el seno de las iglesias evangélicas, como la Biblia Thompson o algunos seminarios, continuarán sugiriendo la autoría de los libros de la Biblia como lo hacen, básicamente para guardar la tradición, mas no en honor a lo que los más recientes estudios bíblicos sugieren.

2. Nuestro concepto moderno sobre los autores, el copyright

Todo este trastoque sobre los autores bíblicos puede ser perturbador para algunos lectores. A muchos les puede parecer antiético y hasta de mal gusto que la historia del libro sagrado se vea envuelta en tantos vericuetos profanos. Pero las incomodidades que puedan generar este tema son naturales, más aún cuando la discusión sobre los autores de la Biblia la hacemos desde la plataforma de nuestra comprensión moderna de las autorías literarias.

Hoy en día, cuando pensamos en la autoría de una obra, lo hacemos generalmente sobre la base del entendimiento del copyright (derechos de autor), el cual protege a la obra como patrimonio único y exclusivo del autor. Alterar este principio sería violar los derechos humanos del autor, lo que traería consecuencias legales para el culpable. En este sentido, sería escandaloso descubrir que las obras de García Márquez realmente no le pertenecen a él, sino, a uno de sus estudiantes; o que el poema más laureado de Borges, lo haya escrito antes un familiar enamorado. Es por eso que rechina a nuestros oídos, que alguien nos diga que los Proverbios de Salomón, no sean del famoso rey; o que el Apocalipsis de Juan, no pertenezca al discípulo de los evangelios. Pero esto se debe a que queremos aplicarle a la Biblia los mismos códigos éticos y legales con el que hoy en día juzgamos la realidad de la autoría de una obra; y nos olvidamos que el copyright es un derecho inventado en el siglo XVIII, bastante alejado del mundo de la Biblia.

Es por causa de esta visión del derecho intelectual sobre algo, que para nuestra cultura es importante distinguir claramente quién es el autor de una obra, pues eso no solamente legitima el valor del documento, sino, nos ayuda a comprender mejor lo que quiere decir, en función de las características de su autor. Pero, para decepción de muchos, los libros de la Biblia no se escribieron bajo estos principios, y sus medios de legitimación poco tienen que ver con saber o no quién es el autor de la obra. Para el mundo bíblico, un documento escrito tiene otras formas de validarse, más allá de quién sea su redactor.

3. La concepción antigua de la literatura y sus autores

Queda claro, entonces, que en el mundo de la Biblia, no existen los “Derechos de Autor”, sino que, como explica el profesor José Pedro Tosaus, en la antigua cultura semita, donde nació la Biblia, se escribía con otra mentalidad. La literatura era vista con ojos más comunitarios y consciencia colectiva. No interesaba saber quién era el individuo redactor, sino, en qué medida ese escrito representa el corazón de la comunidad. El nombre de un personaje que represente el escrito, solamente era necesario cuando toda la comunidad podía ser identificada con ese nombre. Por ejemplo, en el caso de los evangelistas los nombres que aparecen ahí solamente son importantes en la medida en que logran identificar a las comunidades con la fe apostólica.

Para entender mejor esta idiosincrasia, debemos tomar distancia de nuestros modelos individualistas, que buscan el protagonismo y reconocimiento del individuo, desconociendo que es el grupo, la comunidad, lo que crea y hace posible que surja cualquier pensamiento, idea, mensaje o literatura. El individuo se debe a la comunidad, por lo tanto, es la comunidad la que reclama el legítimo derecho de reconocer, valorar y perpetuar un escrito.

En esta misma línea debemos entender la pseudoepigrafía. Es decir, la atribución de una obra a un autor que no participó en la redacción de la misma. Por ejemplo, las cartas conocidas como deuteropaulinas, que fueron escritas por discípulos pertenecientes a la escuela paulina y que firmaron sus misivas en nombre de su maestro, aun cuando posiblemente Pablo ya haya estado muerto. Esto, en nuestro contexto suena fraudulento, pero no en el contexto del Nuevo Testamento. Más bien, colocar el nombre de Pablo en una carta que él no escribió, es rendir honor al maestro, haciendo vigente su pensamiento y poniendo en su boca lo que seguramente él hubiese dicho frente a una situación similar.

Además, existe otra característica importante que resaltar de la literatura bíblica antigua: se trata de una literatura abierta. Nosotros estamos acostumbrados, otra vez por los “derechos de autor”, a que nuestras literaturas sean obras cerradas. Si el autor pone punto final, nadie más tiene derecho a alterar ese texto. En cambio, en el mundo bíblico, la literatura tiene la libertad de ser actualizada por nuevas manos redactoras. Es decir, en un solo libro, podemos encontrar a muchos autores, que con el pasar del tiempo fueron actualizando el texto y dándole nuevos sentidos al primer documento. Esto para nosotros puede significar como una especie de alteración, manipulación, o distorsión del texto; pero para el judío antiguo esto significaba el aporte de nuevas sabidurías a un texto que es dinámico, y que necesita ser actualizado y renovado, así como la comunidad misma es también dinámica.

Frente a esta realidad, los defensores de las autorías clásicas se verían en un gran dilema. Pues ¿cómo puede Moisés reclamar la autoría de cinco libros de la Biblia, cuando claramente en esos libros se pueden distinguir muchas manos redactoras? O ¿Cómo podemos decir que Isaías, el profeta, escribió todo el libro, cuando claramente se distingue en el libro tres contextos históricos que sobrepasan las fronteras temporales del profeta?

4. ¿Dónde queda la inspiración divina?

No son pocas las veces cuando he tenido que explicar esto en un salón de clases, que alguien me pregunte: Profesor ¿Dónde queda entonces la inspiración divina? Pues nuestra doctrina sobre la inspiración divina, nos dice que Dios inspiró a los escritores bíblicos, independientemente de quiénes hayan sido estos. La doctrina de la inspiración no está condicionada a la autenticidad de las firmas de un autor o no. La Biblia fue Palabra de Dios para nosotros antes de saber todas estas cosas, y seguirá siendo después de esto. Sólo que ahora, sabemos un poquito más.


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J. L. Verdi
Profesor de Biblia y Teología en SEMISUD
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